Que saudade de participar de um festival de criatividade, comunicação e tendências, daqueles imersivos, em que durante poucos dias, você tem acesso à um conjunto gigantesco de eventos, mesas-redondas, palestras, networking e negócios. Não me refiro aos eventos com programação, convidados e horários fixos para uma única plateia, estes são bem comuns e cumprem a sua função, falo especificamente daqueles onde o seu primeiro desafio seja simplesmente praticar o JOMO (Join of missing out) e conseguir escolher dentre várias opções o que assistir, participar e onde ir, de acordo com a sua curiosidade e objetivos.

Nesta semana está rolando um desses encontros cujas atividades são focadas na indústria da influência digital e nas tendências da publicidade e de negócios gerados neste mercado, a partir de plataformas como o youtube, tiktok, instagram e spotify. Depois de dois anos online, a VIDCON US acontece de forma presencial, em Anaheim, na Califórnia – EUA, com atividades voltadas para as comunidades de fãs, creators e profissionais da indústria de conteúdos online. Se eu pudesse, seguramente, estaria lá (risos), mas com o ticket custando $899 dólares, o jeito é ficar de olho nas coberturas e lives de pessoas que confio e participam do evento e estão compartilhando as novidades.

A chamada “Creator economy” já é uma realidade e movimenta bilhões de dólares mensalmente no mundo todo. O Brasil é um dos principais mercados das plataformas digitais. Aqui a profissionalização dos influenciadores digitais vem acontecendo, principalmente, nesta última década. Existem trabalhos consistentes e muito interessantes de empresas especializadas na economia da influência, como a Youpix e a agência Brunch, que atuam na formação dos creators e no assessoramento de marcas para a construção de relações eficientes de comunicação e marketing, sem deixar de lado a responsabilidade social que esta atividade exige, já que atinge diretamente o nosso consumo e comportamento na internet. 

Na área da influência digital, o amadorismo impera em muitos lugares, tanto por parte de criadores que não entendem sobre as especificações do seu trabalho, que não enxergam negócios midiáticos a partir do uso profissional das redes sociais, assim como por parte das marcas, que querem visibilidade digital, autoridade e reputação, mas não encaram os espaços dos influenciadores como espaços de mídia paga e espontânea. Empresas que já tem esta compreensão incorporaram no planejamento estratégico de comunicação digital, ações direcionadas às redes sociais, com métricas e KPIs muito bem definidos. Mas este já será um assunto para um outro post. 

Gosto de acompanhar as tendências discutidas nestes festivais, como a VIDCON, não somente para me atualizar e trazer insights para os cursos da Papo de Mídias, mas também para traçar reflexões sobre os diferentes contextos que encontramos no nosso mercado local e nacional. Enquanto lá uma das discussões é a importância do Criador de conteúdo digital pensar mais sobre o seu plano de negócios (business plan) e não somente o seu Mídia kit (uma espécie de currículo do influenciador, com suas métricas de engajamento e trabalhos já realizados). Aqui, ainda tem muita gente achando que somente a permuta gera influência; Que basta convidar o influenciador para um evento ou proporcionar um momento especial, um café da manhã, por exemplo, para garantir o @ e o compartilhamento nos stories. Ou ainda que pensa que número de seguidor determina engajamento. Este papo é longo e complexo. Voltarei com ele em outras postagens. Agora me conta: você já tinha ouvido falar na “Creator economy”? A sua marca já sabe trabalhar a comunicação nesta economia da influência?

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