Que dias agitados por aqui! Encarar novas rotinas e reestabelecer a agenda dá muito trabalho. Ainda mais quando você volta de uma experiência de trabalho no exterior e encara uma nova mudança de cidade no Brasil. Demorei para voltar a escrever aqui. É um grande desafio expressar em palavras a avalanche de dados e emoções pelas quais tenho passado nestes últimos meses.
Por um lado, estou muito feliz e grata por tantas coisas boas que estão acontecendo! Sigo colocando sonhos em ação, tomando decisões importantes para o presente e o futuro. Inclusive ainda incrédula com o que vem por aí neste 2024!!! Todavia, por outro lado, sigo lidando com a verdade dos fatos que nem sempre correspondem à nossa expectativa. Ainda bem que para estas situações, o tempo é o nosso maior aliado, não é mesmo? Talvez por isso só agora, em junho, decidi retomar a comunicação com vocês por aqui.
Em março, durante uma mesa redonda na universidade, o professor explicava por que se considera um ‘realista esperançoso’, parafraseando o escritor e filósofo Ariano Suassuna, no que diz respeito às possibilidades da Inteligência Artificial e seus impactos sociais, políticos e econômicos na sociedade. Me identifiquei. Sou uma realista esperançosa!
Na condução da nossa vida, vale uma dose de realismo e outra de esperança. Todo dia!
Entre o silêncio e a comunicação, prefiro me comunicar. Mesmo sabendo que a decisão do silêncio também comunica. A mensagem não respondida. O email que cai no vácuo. A ligação não atendida. Entre ghosts e presença, prefiro encarar a presença, ouvindo, olhando, fazendo.
É preciso coragem para seguir em frente diante da falta de respeito, da arrogância, da mediocridade e da raiva de ver gente incompetente lucrando às custas da bajulação, da indignação diante de tantas notícias que deixam claro que nós mulheres seguimos sofrendo com sexismos, misoginia, etarismo e outras tantas violências no mercado de trabalho.
Você é daqueles que encara o copo meio cheio ou meio vazio? Tenho sentido o mundo extremamente competitivo, sempre foi claro, mas está mais … pessoas que defendem trabalhos colaborativos, mas na prática, são extremamente individualistas e não suportam presenciar o seu destaque ou o sucesso do seu projeto.
Somos cobrados diariamente a ver o copo meio cheio. Deixar de lado os problemas e focar nas soluções. Na internet é fácil ter a impressão de que todo mundo é bacana, “cool”. As experiências de trabalho são supervalorizadas em posts e galerias de fotos, vídeos. Em uma plataforma ali, a demissão é sempre uma oportunidade para crescer. A busca desenfreada por likes, engajamento e pertencimento dão lugar às afirmações prontas, programadas.
Com um olhar mais atento nos blogs e nas redes sociais, você passa a perceber textos lineares, sem vida, opacos, repetitivos, como que feitos por máquinas, ops… o ChatGPT e outras tantas ferramentas estão por aí né! Agora dá pra todo mundo ser escritor, escritora (contém ironia) ou simplesmente delegar essa função, em seu nome, para uma máquina.
A coragem de não agradar
É como se não existissem mais espaços para o copo meio vazio. Por aqui sigo desbloqueando novos desafios, curando feridas e enchendo o copo aos pouquinhos, no tempo que tempo exige. E por aí? Pra gente pensar junto compartilho uma reflexão do livro ‘A Coragem de não agradar’:
“Somos nós que determinamos nossa vida de acordo com o sentido que damos às experiências passadas. Sua vida não é algo que alguém dá a você, mas algo que você próprio escolhe e é você quem decide como viver”.
Ichiro Kishimi e Fumitake Koga
Ainda bem né! Colocar isso em prática todos os dias faz muita diferença! Até breve! 😊Erika Zuza